CRF-RJ APROVA VERBAS INDENIZATÓRIAS ENQUANTO FARMACÊUTICO SEGUE COM PISO CONGELADO DE R$ 3.158,00

A Deliberação nº 2985/2023 revela o abismo entre os dirigentes e os profissionais da base

Enquanto o farmacêutico fluminense luta para sobreviver com um dos piores pisos salariais do Brasil (R$ 3.158,00) e há anos sem reajuste digno, o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) aprovou uma norma generosa para seus dirigentes e assessores.
Trata-se da Deliberação nº 2985/2023, assinada pelo presidente Camilo Antônio Alves de Carvalho, que autoriza o pagamento de verbas indenizatórias, jetons, diárias e representações — algumas em valores que beiram o absurdo diante da realidade da categoria.


Veja o que está garantido pela Deliberação 2985/2023:

  • Jetons: R$ 480,00 por sessão plenária para conselheiros e diretores.
    ➤ Reuniões extraordinárias ainda garantem 50% do valor adicional (R$ 240,00).
  • Diárias para viagens:
    • R$ 600,00 por dia para diretores e conselheiros;
    • R$ 480,00 por dia para assessores e empregados de nível superior;
    • R$ 384,00 por dia para servidores de nível médio;
    • R$ 1.200,00 por dia em viagens internacionais, com direito a passagem aérea em classe executiva para voos acima de 8 horas.
  • Deslocamentos dentro do Estado do RJ:
    • R$ 420,00 por dia, mesmo sem pernoite;
    • Ressarcimentos adicionais de até R$ 480,00 por transporte e alimentação.
  • Verba de representação:
    Permite o reembolso de gastos com vestuário, eventos, reuniões e até confecção de material gráfico, desde que vinculados à “função pública gratuita”.

Enquanto isso…

O farmacêutico da ponta:

  • Trabalha 40 horas semanais ou mais;
  • Recebe menos de um terço do que muitos assessores e diretores custam aos cofres do Conselho;
  • Não tem verba de representação, diária, nem auxílio de qualquer tipo;
  • E ainda é obrigado a pagar a anuidade do CRF-RJ, que ajuda a custear esses privilégios.

Transparência ou privilégio?

A deliberação cita “legalidade e transparência” como justificativas, mas os valores e benefícios concedidos colidem com o princípio da moralidade administrativa e com a realidade dos farmacêuticos que sustentam o Conselho com suas contribuições anuais.

O CRF-RJ deveria ser exemplo de responsabilidade com o dinheiro da categoria — mas, ao contrário, institui benefícios internos incompatíveis com a crise da profissão.


De Olho no CRF-RJ denuncia:

Enquanto o piso salarial farmacêutico permanece estagnado em R$ 3.158,00, o Conselho aprova:

  • Jetons,
  • Diárias,
  • Verbas de representação,
  • E até viagens internacionais em classe executiva.

É hora de cobrar explicações!
O farmacêutico do Rio de Janeiro tem o direito de saber para onde vai o dinheiro das anuidades e por que há tanto gasto com privilégios enquanto falta valorização profissional.


📎 Fonte oficial:
Deliberação nº 2985/2023 – CRF-RJ
Publicada em 1º de fevereiro de 2023.

📍 Acesse: https://crf-rj.org.br/transparencia